Para um contingente cada vez maior de mulheres brasileiras, ter um negócio próprio é mais do que apenas um sonho: é a única saída para complementar a renda ou até assumir as contas da família.
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De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015, a taxa feminina de empreendedorismo por necessidade no Brasil é 22 pontos porcentuais maior do que a dos homens.
São 32% os empreendedores que abrem uma empresa por necessidade, enquanto que entre as mulheres o número chega a 54%. E conciliar a vida exigente de empreendedor com os cuidados com a casa e com os filhos – geralmente deixados a cargo da mulher – é uma tarefa árdua.
Sandra Costa é um exemplo dessa realidade. Após a demissão do marido que trabalhava numa empresa de seguros, em 2013, e diante da dificuldade de recolocação no mercado, Sandra viu no empreendedorismo a chance de gerar renda para o casal, que mora com dois filhos já adultos. Assumiu o desafio e assim nasceu a Zyon Cursos de Terapias, um espaço de terapia holística que hoje paga as contas da casa.
“Sempre tive o sonho de montar o meu negócio e quando isso aconteceu essa se tornou a minha única alternativa. Juntei minha experiência de 16 anos atuando nesse ramo, meu conhecimento na área de terapias holísticas e cursos voltados para área de bem-estar, autodesenvolvimento e qualidade de vida, vendemos o nosso apartamento e investimos tudo no centro”, conta a empresária. Segundo ela, o marido foi um importante parceiro em todo esse processo, incentivando-a a investir as economias da família na empresa e até na reforma do espaço. “Hoje o meu negócio é que sustenta a nossa família”, afirma.
A história de Célia Aparecida Cunha, também mãe de dois filhos, de 25 e 27 anos, que ainda moram com a família, segue o mesmo roteiro. O salão de beleza dela, o Atena Beleza, tornou-se a única fonte de renda para manter a casa.
A diferença é que foi nessa nova empresa que o marido José Antônio, engenheiro, descobriu uma nova profissão. Depois de não ter tido sucesso em um negócio do seu ramo e sem conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho, ele aceitou o convite da esposa para trabalhar no salão, fez uma série de cursos na área de estética e agora é o novo podólogo do local.
“Quando percebi que a situação da empresa dele estava ruim e que isso estava nos afundando, assumias rédeas e propus deixar as contas comigo, com o lucro do salão. Ele ficou aliviado e agora se encontrou nessa profissão, está cheio de planos para fazer novos cursos e contribuir cada vez mais com a empresa”, diz Célia. “Estamos crescendo aos poucos, sem nos endividarmos muito porque a situação econômica não está fácil”, completa.
A empreendedora aproveita sua própria experiência para aconselhar amigas e conhecidas que se encontram na mesma situação de desemprego na família e dificuldades financeiras. “Sempre falo para não terem medo de tentar, para encontrarem alguma habilidade e empreender naquilo que sabem fazer. Mas, se a situação apertar rapidamente, faça o que aparecer. Tem de ir tentando e se não der certo, já parte para outra, veja o que dá retorno e invista naquilo”, diz Célia.
Iniciar um negócio próprio por pura urgência econômica é o chamado empreendedorismo por necessidade, e não é a melhor forma de começar uma empresa. “O ideal é que a pessoa encontre uma oportunidade de mercado, uma ideia pensada e planejada, para investir seu tempo, suas economias e se aventurar no desafio de ser o próprio patrão”, explica o consultor do Sebrae-SP Fabiano Nagamatsu. Mesmo diante de necessidade de gerar renda rapidamente, ainda é possível fazer algum planejamento mínimo e entrar nesse mercado com um pouco mais de segurança.
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ROQUE LANE