O relativismo, a verdade e a fé
O relativismo é um combate à fé, é mais do que um insulto à verdade, assume-se como uma feroz tentativa de invalidar todos os seus atributos. Este artigo é a necessidade, súbita e genuína, de desmascarar uma filosofia que persegue o poder de um perfume, o da fé, e que tenta invalidar os efeitos na vida daqueles que amam e conhecem Jesus como a Verdade: “Jesus disse-lhe: Eu sou… a Verdade…” (João 14:6).
O Relativismo é a filosofia que defende a existência de “várias verdades”. Alguém escreveu que quem defende o relativismo acredita sinceramente que está errado, e sabendo do seu erro, procura salvá-lo através da confusão. Defendem esse princípio vestindo-se de uma ilusoria modéstia, afirmando que a sua verdade pode não ser a verdade. Aceitar isso é comprar o bilhete de entrada para o erro. O relativismo é tão diverso quanto o pode ser a natureza dos fenômenos a propósito dos quais se exercem os juízos individuais ou coletivos.
O Relativismo apresenta-se então como uma exaltação da alteridade. A verdade não é relativa ao espaço, ao tempo, à cultura, à história, à ideologia e por aí adiante. A verdade é única e existe aquém da nossa compreensão, e oveículo que a transporta é a fé. O relativismo impõe uma forma de pensar racionalista, porém a fé não é uma escola de pensamentos, de ideias ou opiniões. Apesar de a fé não ter fronteiras nem limites na sua atuação, ela não negocia a verdade que a fundou.
Teoria segundo a qual nada é absolutamente verdadeiro e depende, como os gostos e as cores, da individualidade de cada um ou do ponto de vista em que nos colocamos. O seu princípio foi formulado na Antiguidade por Protágoras. Ele afirmava que “o homem é a medida de todas as coisas”, ou seja, nada é verdadeiro senão em relação a nós.
“Jesus disse-lhe: Eu sou… a Verdade…” (João 14:6)
“Santifica-os na Verdade; a tua Palavra é a Verdade.” (João17:17)
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” (Hebreus 11:1)
O relativismo esconde-se atrás da pseudoliberdade de reflexão e de opções. Não há dúvidas de que o escolher uma filosofia de pensamento é um direito inegável da pessoa humana. No entanto, somente a fé é o conjunto de experiências e evidências indo sempre em direção à eternidade. O relativismo, na sua prática, separa promovendo divisão. A fé é contrária: na sua execução é um agente que une.
No relativismo todo conhecimento é dependente de outro conhecimento ou se encontra dependente do ponto de vista do sujeito. O relativismo altera os valores. Isso pode resultar numa perigosa anarquia intelectual e, sobretudo espiritual, que trava uma das formas da criação mais características do ser humano: a sua vontade de escolher, de se posicionar.
Deus elegeu Jesus como a única e absoluta Verdade. Essa é a escolha e a dependência da Igreja Fiel. O papel da verdade não é ir contra convicções culturais, religiosas ou espirituais, esse sim, é o rosto do relativismo. A verdade não agride, não causa incômodo. A verdade é um alívio: “(…) conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Para o relativismo, a verdade de cada um é campo de legitimidades, e que não se deve fechar à verdade dos outros, podendo haver espaço para várias verdades. A verdade para o relativismo é o lugar da ignorância, é uma linguagem que se adapta ao passado. A verdade para a Igreja Fiel tem um nome: Jesus; e uma história: sua morte e ressurreição. A história da verdade é eterna, com essência de valores e esperanças.
Para a Igreja Fiel a Verdade é a transmissão de uma herança, cumprimento de uma profecia, anúncio de um futuro. A igreja faz da Verdade um manto que a cobre e com o qual, ao mesmo tempo, cobre cada passo que ela dá.
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ROQUE LANE