A importância das instalações elétricas seguras
ROQUE LANE
contudo é sempre importante chamar atenção para um correto projeto e adequada execução de instalações elétricas baseadas nas normas que definem os requisitos mínimos de segurança e qualidade. De acordo com o consultor Hilton Moreno, não há dúvidas de que segurança é fundamental, assim como é clara a evolução do grau de conhecimento da norma NBR 5410 desde sua primeira publicação, em 1980. “O uso de sistemas de aterramento ou fio terra; tomadas com contato de aterramento; dispositivos diferenciais residuais (DR); dispositivos protetores de surtos (DPS); cabos elétricos retardantes de chama, com baixa emissão de fumaça, gases tóxicos e corrosivos; e eletrodutos normalizados são alguns exemplos de novas tecnologias que atendem às necessidades de segurança e consumo de energia elétrica e, cada vez mais, estão presentes nos projetos de instalação. Porém, há muito a ser feito, pois os profissionais precisam conhecer melhor e aplicar a norma, os consumidores devem exigir seu cumprimento e o uso de produtos certificados, e os órgãos governamentais devem fiscalizar sua aplicação, uma vez que os efeitos causados por falhas de segurança podem ser fatais”, diz Moreno.
Em São Paulo, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo tem certeza de que as instalações elétricas estão entre as principais causas de incêndios. Ainda não há, entretanto, uma verificação formal, por parte do poder público, se normas de instalações elétricas, regidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estão efetivamente sendo cumpridas em prédios e residências. Até o segundo semestre, porém, a situação vai mudar, pois deverá estar pronta a revisão da instrução técnica do Corpo de Bombeiros, que atualmente recebe laudos de inspeção apenas da existência de equipamentos de combate ao fogo, como extintores, mangueiras, hidrantes e portas corta-fogo. Com a instrução técnica revisada, passará a receber também, por parte de profissional registrado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), o laudo técnico das instalações elétricas de baixa tensão em novas edificações.
Sem esse laudo em mãos, sobre o qual se responsabilizam tanto o profissional registrado no CREA quanto o proprietário do imóvel, o Corpo de Bombeiros não poderá liberar o Auto de Vistoria (AVCB), um dos documentos necessários para a liberação de ocupação da obra. Nas explicações de Moreno, hoje as construtoras só são obrigadas a fazer a inspeção em equipamentos de combate ao fogo e pela primeira vez haverá uma autoridade pública fiscalizando o cumprimento de normas de eletricidade que podem evitar incêndios. O pacote de mudanças terá cerca de 40 exigências.
Para Moreno, não é apenas a desinformação que coloca em risco a segurança nas instalações elétricas. Os custos de projetos e aplicação são um aspecto bastante significativo nesta questão. “Entregar uma obra sem tomadas 2P+T (2 Pólos + Terra), sem fio terra ou DR parece não comprometer a segurança, afinal, o chuveiro, a geladeira e o computador funcionam mesmo sem estes itens. Entretanto, a idéia de que segurança compensa os custos não são evidentes. A realidade da segurança das instalações elétricas das construções no país é extremamente preocupante e necessita uma mudança de patamar para melhor, mesmo que isto implique num aumento de custo final da obra”, afirma
Desconectar os aparelhos eletroeletrônicos das tomadas pode trazer uma vantagem a mais: a economia de energia elétrica. Mesmo com a casa fechada, é comum geladeira, freezer, rádio-relógio, relógios de microondas ficarem consumindo energia, além de uma lâmpada como medida de prevenção a assaltos. Somam-se a estes itens os demais eletroeletrônicos que têm luzes de stand-by (a luz vermelha que indica que o produto está ligado à energia), que também consomem energia. Assim, a estimativa de consumo mensal seria de: consumo da geladeira: 300 watts x 4 horas por dia x 30 dias = 36.000 Wh = 36 kWh; consumo de 5 luzes de stand-by: 1 watt x 5 luzes x 24 horas por dia x 30 dias = 3.600 Wh = 3,6 kWh; consumo de um rádio-relógio: 10 watts x 24 horas por dia x 30 dias = 7.200 Wh = 7,2 kWh; e consumo de uma lâmpada de 40W: 40 watts x 24 horas por dia x 30 dias = 28.800 Wh = 28,8 kWh.
Ou seja, o consumo total estimado seria de 75,6 kWh, o que gera um gasto (estimado, incluindo impostos) de R$ 28,35. No entanto, se apenas a geladeira ficar ligada durante o mês de férias, o gasto pode chegar a R$13,50. E se a geladeira estiver na intensidade mínima, o gasto pode ainda cair de 20% a 30%. Deixar uma lâmpada acesa como medida de segurança também consome energia desnecessariamente. O indicado nesta situação é instalar um temporizador, que pode ser programado para acender e apagar a lâmpada em uma determinada hora, racionalizando o uso da energia elétrica.
Normas úteis
NBR7863 – de 04/1983 – Aparelhos de conexão (junção e/ou derivação) para instalações elétricas
NBR7871 – de 04/1983 – Terminais por pressão sem parafusos (borne)
NBR14136 – de 11/2002 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada
NBR5410 – de 09/2004 – Instalações elétricas de baixa tensão
NBR14936 – de 12/2006 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo – Adaptadores – Requisitos específicos
NBRIEC61242 – de 10/2004 – Acessórios elétricos – Extensões enroláveis para uso doméstico e análogo
NBRIEC60947-7-1 – de 11/2004 – Dispositivos de manobra e controle de baixa tensão – Parte 7: Dispositivos auxiliares.
NBRNM60884-1 – de 01/2010 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo – Parte 1: Requisitos gerais (IEC 60884-1:1994
NBRIEC61084-2-2 – de 07/2006 – Sistemas de canaletas e condutos perfilados para instalações elétricas – Parte 2-2: Requisitos
NBRIEC61084-1 – de 11/2006 – Sistemas de canaletas e condutos perfilados para instalações elétricas – Parte 1: Requisitos
NBRIEC61084-2-1 – de 11/2006 – Sistemas de canaletas e condutos perfilados para instalações elétricas – Parte 2: Requisitos
NBRIEC61084-2-4 – de 11/2006 – Sistemas de canaletas e condutos perfilados para instalações elétricas – Parte 2: Requisitos
NBR15465 – de 08/2008 – Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos
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