A caminho da nova ordem mundial
por Roque Lane
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Doutrinar e “reeducar” as massas para um novo paradigma político e social pode revelar-se uma tarefa árdua, um processo demorado que não será concluído no espaço de poucos anos. As declarações do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel na Grande Conferência do JN “Por Portugal” são ilustrativas de um processo em curso que consiste em libertar faseada e delicadamente informação que permita a gradual interiorização de um futuro decidido no passado.
A expressão “Nova Ordem Mundial” costuma criar muitos anticorpos. Por um lado temos aqueles que defendem que a simples junção destas três palavras configura uma incursão pelo mundo fantástico das teorias da conspiração, por outro temos aqueles que ao tema adicionam cultos demoníacos e sacrifícios de seres humanos acabando por contribuir para descredibilizar a discussão. Contudo, algumas das mais famosas teorias da conspiração acabaram por se revelar verdades amargas. Bons exemplos disso são o naufrágio “inesperado” do Lusitania, o incidente da Baía de Tonkin e, mais recentemente, o inside job de Petro Poroshenko, informador norte-americano convertido em presidente da Ucrânia.
A verdade é que, e olhando apenas para a realidade europeia, o poder dos estados-membros é cada vez menor ao passo que as instituições burocráticas que comandam a UE ganham mais preponderância nas equações que decidem o futuro comum dos europeus. A negociação semi-secreta do TTIP é o exemplo perfeito de uma decisão eminente que poderá condicionar violentamente as nossas vidas sem que os Parlamentos nacionais, ainda que o quisessem, pudessem ter voto na matéria. Será que o dia chegará em que nada possamos fazer para evitar a dissolução dos estados que integram a UE em detrimento de um superestado europeu que acaba definitivamente com as raízes culturais e identitárias do Velho Continente?
Voltando a Paulo Rangel, convidado por Francisco Pinto Balsemão para o sempre polémico e misterioso encontro Bilderberg em 2010, vale a pena olhar para algumas das declarações proferidas na passada semana na conferência do JN:
O nosso mundo mudou. Isto não é um problema de políticas, mas um problema de mudança de paradigma. Os governos, os parlamentos já não têm capacidade de resposta para os problemas, pois os problemas têm uma dimensão trans-territorial. O Estado já não tem o monopólio do poder e da legitimidade (…) Os votos valem hoje menos do que valiam no passado. As fórmulas políticas também morrem e há-de chegar um dia em que não vai haver Portugal. Isto pode parecer dramático, mas é real. Vai haver um dia em que não vai haver portugueses.
Aviso à navegação: Rangel sabe do que fala. Caminhamos a passos largos para um modelo federativo no qual os estados de hoje serão as regiões de amanhã, onde apesar de tudo a região Alemanha terá sempre mais poder e preponderância que regiões como Portugal. O poder e a legitimidade dos estados irão desvanecer-se e o voto dos portugueses, qualquer que seja o modelo eleitoral implementado, terá uma expressão residual que o aproximará da irrelevância. Resta saber se o aceitaremos ou tentaremos contrariar. Aqui poderá parecer apenas uma teoria da conspiração mas em Bruxelas a história é já muito diferente. Não é à toa que no poderoso Reino Unido assistimos hoje a um afastamento da União Europeia. Eles sabem, tal como Paulo Rangel, aquilo que nos espera. Quanto a nós, basta-nos aguardar, serenos e iguais a nós próprios, pelo dia em que a nossa nacionalidade seja abolida por um qualquer tratado europeu negociado pelos burocratas desta vida. Já faltou mais.
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ROQUE LANE