O QUE SE SABE DA NOVA LISTA DE JANOT

A nova lista de Rodrigo Janot atingiu em cheio a cúpula do governo e do Congresso e caciques dos três maiores partidos do país. Dois anos depois de requerer investigações de 47 parlamentares, o procurador-geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de 83 inquéritos contra importantes políticos de PMDB, PT e PSDB. Dois ex-presidentes, ao menos cinco ministros de Michel Temer e os presidentes da Câmara e do Senado estão na mira. Além dos 83 pedidos contra parlamentares e ministros de Estado, Janot enviou 211 casos nos quais encontrou indícios de irregularidade contra pessoas sem direito ao foro no Supremo. Janot também pediu sete arquivamentos e 19 outras providências — que podem ser, por exemplo, operações de busca e apreensão. No total, foram enviados ao STF 320 pedidos.
Quem aparece na lista
O procurador-geral requereu investigação contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Por não terem foro privilegiado, os casos devem ser remetidos a outras instâncias do Judiciário.
Janot também pediu inquérito contra os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE).
Na lista, também estão cinco integrantes do primeiro escalão do governo Michel Temer — os s ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria-Geral, Moreira Franco, de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, e das Cidades, Bruno Araújo.
Também estão na listagem os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e os peemedebistas Romero Jucá (RR), líder do governo no Senado, Renan Calheiros (AL), líder do partido no Senado, e Edison Lobão (MA).
Para a primeira instância da Justiça, o MPF pede para que sejam investigados os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci.
Partidos envolvidos
Ao menos cinco partidos têm parlamentares na nova lista de Janot. Ao menos 14 filiados a PMDB, PT, PSDB são alvos do PGR. DEM e PSD também tem integrantes na listagem.
Em 2015, seis partidos foram alvos do PGR. Somente o PP teve 31 filiados na lista. Os partidos de Dilma Rousseff e Michel Temer, à época presidente e vice, também tiveram filiados envolvidos. Seis petistas e sete peemedebistas estavam entre os alvos dos pedidos de inquérito. Completavam a lista os senadores do PSDB, Antonio Anastasia, e do PTB, Fernando Collor, e o deputado federal do Solidariedade, João Luiz Argôlo.
A Lava-Jato se expande
A nova lista Janot se baseia nos acordos de delação com 78 executivos do grupo Odebrecht, que reúne de diversas empresas, entre elas a maior empreiteira do país. Os executivos citaram mais de 130 políticos de todos os grandes partidos como destinatários de dinheiro do caixa dois da empresa. Entre os acusados estão políticos de âmbito federal, estadual e municipal. Restrita hoje à Brasília, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, a Lava-Jato deverá, com as delações da Odebrecht, se espalhar por quase todo território nacional.
A primeira lista de pedidos de abertura de inquéritos levou em conta as delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Janot protocolou os pedidos em 3 de março de 2015. Na mesma semana, o ministro Teori Zavascki, à época relator da operação no STF, concordou com as solicitações e determinou a instauração de inquéritos que investigam 13 senadores, 22 deputados federais e 12 ex-deputados. Foi a partir dessas investigações que surgiram as duas primeiras denúncias da PGR, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor (PTB-AL).
O que os delatores falaram sobre os alvos

A íntegra dos depoimentos dos 78 delatores da Odebrecht ainda vai demorar a ser disponibilizada, mas diversos trechos já foram divulgados. Confira o que já se sabe sobre os ao menos 16 políticos que foram alvos de pedidos de inquérito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta terça-feira.
Lula (PT), ex-presidente da República
Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht, afirmou que empresa realizou pagamentos a Lula, inclusive em espécie. Também revelou que a a empresa manteve uma conta em nome de Lula com o objetivo de manter o petista influente depois da saída da Presidência. A conta seria gerenciada por Antônio Palocci.
Hilberto Mascarenhas, ex-diretor do Departamento de Operações Estruturadas, disse que o ex-presidente é o “amigo” na planilha da empreiteira. O codinome aparece relacionado ao valor de R$ 23 milhões.
Emílio Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, afirmou que a Arena Corinthians foi um presente a Lula em retribuição a ajuda do ex-presidente entre 2003 e 2010. Nesse período, o faturamento da Odebrecht multiplicou-se por sete, de R$ 17,3 bilhões para R$ 132 bilhões.
Alexandrino Alencar, ex-diretor do grupo, disse que Odebrecht fez a reforma do sítio em Atibaia frequentado por Lula.
Três delatores (Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar e Paulo Melo) relataram que a empresa comprou, em 2010, imóvel em SP para construção de nova sede do Instituto Lula. O empreendimento, contudo, não foi realizado.
Dilma Rousseff (PT), ex-presidente da República
Marcelo Odebrecht revelou ter doado R$ 150 milhões por meio de caixa dois para a campanha de Dilma e Michel Temer em 2014. O empresário contou que não tratava de doações com a ex-presidente, mas garantiu que ela sabia dos pedidos de contribuição para financiar sua campanha por meio de “interlocutores”, sem citar quem seriam essas pessoas.
Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado
Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, contou que o senador recebeu cerca de R$ 2,1 milhões, para defender os interesses da Odebrecht na Medida Provisória 613/2013. Os pagamentos foram realizados entre outubro de 2013 e janeiro de 2014. Tinha o codinome “Índio”.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
Cláudio Melo Filho afirmou que Maia recebeu R$ 500 mil para campanha em 2010 (para deputado) e mais R$ 100 mil em 2012 (para a prefeitura do Rio). Os pagamentos seriam em troca do apoiar à MP 613, de interesse da empreiteira. Ele tinha o codinome “Botafogo”.

Eliseu Padilha (PMDB), ministro-chefe da Casa Civil
Cláudio Melo Filho contou ter entregue R$ 4 milhões para Padilha, durante as eleições de 2014, que deveria distribuir dinheiro entre outras campanhas do PMDB. José Carvalho Filho, auxiliar de Mello Filho, deu mais detalhes sobre o repasse: disse que combinou diretamente com Padilha a entrega do dinheiro, que ocorreu em parcelas e em endereços diferentes.
Moreira Franco (PMDB), ministro da Secretaria-Geral
Paulo Cesena, ex-presidente da Odebrecht Transport, relatou que o ministro recebeu R$ 4 milhões, em nome do PMDB, em 2014. Na época, ele ocupava a Secretaria de Aviação Civil, e o objetivo do ministro era ter acesso a Moreira, por seu papel central na concessão da infraestrutura.
Aloysio Nunes (PSDB), ministro das Relações Exteriores
Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da empreiteira em São Paulo, relatou ter pago R$ 500 mil a Aloysio, via caixa dois, em sua candidatura ao Senado em 2010. O executivo disse que o pedido por dinheiro foi feito pelo próprio Aloysio e as entregas foram realizadas em duas ou três parcelas em hotéis na zona sul da capital paulista.
Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência, Tecnologia, Inocações e Comunicações
Paulo Cesena afirmou que o ministro recebeu R$ 14 milhões entre 2013 e 2014. O dinheiro seria destinado à campanha de Kassab ao Senado, em 2014, e ao PSD.
Bruno Araújo (PSDB), ministro das Cidades
Claudo Melo Filho relatou um relacionamento com Araújo, mas não citou valores. Apesar disso, seu nome aparece em uma das planilhas da Odebrecht, relacionado ao valor de R$ 100 mil.
Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado
Segundo Claudio Melo Filho, teria recebido mais de R$ 22 milhões para apoiar medidas provisórias e emendas que eram de interesse da companhia. Também teria pedido R$ 150 mil para a campanha do filho em Roraima.
Renan Calheiros (PMDB-AL), senador
Também de acordo com Claudio Melo Filho, recebeu R$ 500 mil via caixa dois em 2010, em sua campanha ao Senado. Ainda teria pedido e conseguido ao menos R$ 1,2 milhão em doações para a campanha do filho ao governo de Alagoas em 2014. Em troca, apoiou 34 emendas e nove MPs de interesse da Odebrecht.
Aécio Neves (PSDB-MG), senador
Benedicto Junior, ex-presidente da Construtor Odebrecht, afirmou que a empreiteira pagou R$ 9 milhões via caixa dois ao PSDB em 2014, que foram distribuídos para várias campanhas.
Marcelo Odebrecht disse que o senador pediu R$ 15 milhões para sua candidatura à presidencia em 2014. O empresário afirmou que recusou o pedido, alegando que o valor era muito alto. Em seguida, Aécio pediu repasse a “aliados políticos”. Marcelo concordou em colaborar.
José Serra (PSDB-SP), senador
Pedro Novis, ex-presidente do grupo, e Carlos Armando Paschoal disseram que Serra recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010. O dinheiro teria sido depositado na Suíça.
Edison Lobão (PMDB-MA), senador
Seu nome aparece relacionado ao pagamento de R$ 1 milhão, envolvendo esquema de corrupção em Angra 3.
Antônio Palocci (PT), ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Marcelo Odebrecht afirmou que Palocci geria uma conta em nome do PT, onde foram depositados cerca de R$ 300 milhões entre 2008 e 2014. Posteriormente, a conta ficou sob a responsabilidade de Guido Mantega.
Fernando Sampaio Barbosa e Márcio Faria, ex-executivos, disseram que o ex-ministro é o “italiano” na planilha da empreiteira.
Guido Mantega (PT), ex-ministro da Fazenda
Marcelo Odebrecht contou que Mantega administrou, depois de Palocci, a conta do PT em que foram depositados cerca de R$ 300 milhões.
Paulo Cesena revelou que a Odebrecht emprestou R$ 3,5 milhões para a Editora Confiança, responsável pela revista “Carta Capital”.
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ROQUE LANE