1.4. O indivíduo conectado ao mundo
Na década de 1980, quando o norte-americano John Naisbitt lançou o seu clássico “Megatendências”1 e anunciou a substituição da estrutura piramidal das hierarquias por outra mais dinâmica e flexível, o assunto ainda era novidade. No entanto, algumas décadas depois, não se fala em outra coisa no mundo: as redes tomaram conta.
Hoje, estamos interligados em uma dimensão muito
maior do que a prevista. A Internet e a telefonia celular
causaram uma revolução inimaginável.
Qualquer criança pode se comunicar com pessoas do outro lado do planeta, em tempo real e sem custo. Grande parte da população mundial está em contato permanente, trocando ideias, produtos e serviços.
Não é difícil imaginar como isso impacta no comportamento humano e na economia.
É a globalização “goela abaixo”, sem escolha.
É empreender ou morrer
Como isso afeta o mercado de trabalho e a sua vida? Estamos vendo na mídia: aumento de desemprego e redução de salários por um lado, explosão de pequenos negócios do outro.
Quem perde o emprego ou quer viver melhor, vira empreendedor. Mesmo os profissionais que ainda conseguem sobreviver dentro das empresas, têm que adotar uma mentalidade empreendedora e gerir suas carreiras como se fossem produtos. Caso contrário, tornam-se obsoletos e são passados para trás.
A realidade é dura, mas não adianta remar contra a maré, insistindo em viver como no passado. É preciso assumir de vez essa condição de interdependência e conectividade.
Querendo ou não, você está ligado a esse mundo organizado
em forma de rede. O seu valor é medido pela capacidade
de navegar por essas relações e se fazer útil.
Não é uma questão de saber ou gostar de se comunicar. Mais do que nunca, é preciso participar dessa aldeia global como protagonista e ocupar o seu espaço.
Quem não se comunica...
Hoje, quem não usa a Internet para se relacionar caminha a passos largos rumo ao abismo social e econômico.
Até nas comunidades mais carentes, a Internet já é uma realidade.
Qualquer máquina ou equipamento de trabalho
tem um computador embutido. Nossos meios de
pagamento, nosso histórico, nossas memórias,
tudo é digital e arquivado na “nuvem”.
Conheço pessoas que são muito estudiosas e capazes na profissão que escolheram, mas não conseguem se relacionar com ninguém. Vivem dentro de uma caverna em que só cabe o imenso potencial desconhecido. São os ermitões do novo tempo. Essas pessoas até conseguem se manter empregadas, mas recebem um salário muito inferior ao que valem, pois não sabem trabalhar em equipe, se comunicar e se vender.
Se você ainda insiste em sobreviver no isolamento, só existe uma saída: mudar completamente. Por mais difícil que possa parecer, talvez seja a última chance de provar o seu valor nesse mundo interativo.
Busque informações a respeito, leia, faça cursos e peça ajuda às pessoas que são melhores que você nessas competências: comunicação, tecnologia, marketing, vendas, relações humanas, liderança e trabalho em equipe. Dê o primeiro passo!
Ocupe um lugar de destaque
Se você já compreendeu a importância disso e tem feito o possível para manter-se atualizado , a pergunta fundamental é: como você interage com essa rede social global? De forma passiva ou ativa? Faz valer suas ideias ou só absorve o que lhe é imposto? Projeta o futuro ou deixa que os outros decidam por você?
Em 2001, escrevi um artigo intitulado “Saia da sombra”2, que tratava dessa questão do protagonismo e das novas oportunidades viabilizadas pela tecnologia, em especial da Internet. Selecionei alguns trechos que continuam atuais e ilustram bem a Era em que vivemos:
“(...) Nunca a comunicação entre as pessoas foi tão barata, ágil e eficiente. Nunca foi possível propagar a mesma mensagem aos quatro ventos, sem o popular efeito do telefone sem fio.
(...) Essa possibilidade nos dá poder. Um poder de mobilização que jamais esteve em nossas mãos.
(...) Durante milênios de existência, a raça humana evoluiu sua comunicação, mas jamais alcançara tal grau de perfeição, propagação e acessibilidade. Pela primeira vez, em toda a nossa história, cada ser humano é um potencial emissor de suas ideias, com total liberdade e recursos.
(...) O poder da palavra foi elevado à máxima potência. A palavra, que sempre foi um agente transformador, ganhou, enfim, a liberdade de ir e vir.
E você, mero receptor até aqui, é convidado a participar, como nunca antes, dessa transformação total.
Mas sua formação não foi essa. O mundo que te ensinaram era um mundo dividido: de um lado a banda dos formadores de opinião; do outro a banda dos leitores, telespectadores e ouvintes, passivos, consumidores de ideias, sem direito à resposta e opinião.
(...) Estou aqui para dizer que isso mudou, definitivamente. Você tem voz! Você precisa aprender a usá-la o quanto antes, para o seu benefício e, sobretudo, para o benefício da humanidade!
Acabaram as desculpas para a acomodação e a aceitação passiva de tudo o que nos cerca. (...)”
O que você faz diante disso? Eu não tenho a menor ideia, mas recomendo que reflita melhor sobre a posição que deseja ocupar nesse mundo digital e, ao mesmo tempo, humano.
Estamos diante da oportunidade histórica mais
concreta e acessível de fazer a diferença.
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ROQUE LANE